Após Vários Protestos Funcionários do Google Impedem “Negócios de Guerra”

Após Vários Protestos Funcionários do Google Impedem “Negócios de Guerra”
crédito de imagem: Pixabay

O Google está se comprometendo a não usar inteligência artificial para armas ou vigilância. Isso após funcionários protestarem contra o envolvimento da empresa no Project Maven, um programa piloto do Pentágono que usa inteligência artificial para analisar filmagens de drone. O Google vai continuar a trabalhar com militares do USA em segurança cibernética, busca e resgate e outros projetos não ofensivos.

No mês de Maio Sundar Pichai, CEO do Google, foi pego de surpresa. Mais de três mil funcionários, de estagiários  a engenheiros com anos de casa, assinaram uma carta (PDF) pedindo que a companhia deixe de colaborar com o Pentágono no projeto Maven e não participe de “negócio de guerra”.

“A tecnologia está sendo desenvolvida para as forças armadas e que, quando entregue, poderá facilmente ser empregada em atividades diferentes.” (Afirmação realizada na carta)

Nem mesmo o fato de companhias como Amazon e Microsoft contribuírem há algum tempo com programas de defesa dos Estados Unidos tranquilizam os funcionários. Eles afirmam que isso não torna a participação do Google menos arriscada e mencionam o antigo lema “don’t be evil” (não seja mau) para lembrar o alcance que a companhia tem sobre bilhões de pessoas.

“Não podemos terceirizar as responsabilidades morais das nossas tecnologias. Os valores internos do Google deixam isso claro: cada um de nossos usuários confia em nós. Esse contrato põe em risco a reputação do Google e contraria nossos principais valores”, diz outro trecho da carta.

O CEO do Google, Sundar Pichai, anunciou a mudança em um conjunto de princípios da empresa com inteligência artificial publicado nesta quinta-feira (7). Os princípios têm como objetivo governar o uso da inteligência artificial pelo Google e são uma resposta à pressão dos funcionários sobre a empresa para que fossem criadas diretrizes para a utilização de IA.

Inteligência Artificial Socialmente Benéfica

O Google vai se concentrar em criar uma inteligência artificial “socialmente benéfica”, disse Pichai, e evitar projetos que causem “danos gerais”. A companhia aceitará contratos governamentais e com os militares norte-americanos desde que eles não violem seus princípios, acrescentou o CEO.

Como a IA é desenvolvida e usada terá um impacto significativo na sociedade por muitos anos”, escreveu Pichai. “Esses não são conceitos teóricos; são padrões concretos que vão governar nossa pesquisa e nosso desenvolvimento de produto, além de impactar nossas decisões de negócio.”

O Project Maven

“Não buscaremos renovação de contratos para o Project Maven!. Por isso, estamos agora trabalhando com nossos clientes para cumprir com responsabilidade nossas obrigações de uma maneira que funcione a longo prazo para eles e que também seja consistente com nossos princípios de IA”.

“Na maioria das frentes, esses princípios são bem pensados, ​​e, com algumas ressalvas, recomendamos que outras grandes empresas de tecnologia estabeleçam diretrizes e objetivos semelhantes para o seu trabalho de IA”, Peter Eckersley, cientista-chefe de computação da Electronic Frontier Foundation, disse ao Gizmodo. Para melhorar seus princípios, o Google deveria se comprometer com uma revisão independente e transparente para garantir que suas regras sejam aplicadas corretamente, afirmou Eckersley. As afirmações de Pichai sobre não usar inteligência artificial para vigilância também deixaram algo a desejar.

“A empresa se limitou a ajudar apenas os projetos de vigilância de IA que não violem as normas aceitas internacionalmente”. “Poderia ser mais reconfortante se o Google tentasse evitar a criação de sistemas de vigilância assistidos por IA.” Disse Eckersley

O Google terá que oferecer mais transparência pública quanto aos sistemas que constrói. Caso contrário, continuaremos contando com funcionários dispostos a arriscar seus cargos para garantir que a empresa “não faça o mal”.


Fonte: GizModo e Engadget

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Solange Luz

Ela é a construção de todos que conheceu e de tudo que viveu, especialista em sonhar acordada e falar consigo mesma. No Voicers é a CCC (Content, Creator & Curator), carinhosamente conhecida como Queen of Words.