High Tech High Touch

High Tech High Touch

texto de Vanessa Mathias

Nunca se falou tanto sobre tecnologia. Só no último fim de semana tivemos em São Paulo o Pixel Show, o Menos 30 Fest, o SPU rban Digital Fest. Ao mesmo tempo, vivemos também a era dos movimentos de olhar para dentro. Tanto que nesse mesmo finde acontecia a Virada Zen, por exemplo – com seus yogas, mantras e mandalas.

Já percebeu que, quanto mais ficamos high tech, estamos também cada vez mais high touch? Quanto mais falamos de tecnologia, mais queremos crianças afastadas do celular. Quanto mais horas em frente às telas, mais procuramos espaços longe delas.

O termo foi cunhado em 1982 por John Naisbitt, e circunda nossa busca por propósito. Mas é meio como se descobríssemos hoje que alta tecnologia tem também alto impacto nas nossas vidas. “Alta tecnologia é sempre menor, mais barato, mais rápido. Tempo real. Tempo rápido. Virtual, simulado, cyber. Interativo. Digital. Em rede. Conectado. Hardware Programas. Píxeis. Resolução. Convergência. Aplicativos assassinos. Reconhecimento de voz. Turismo Espacial….”, descreve ele, “High touch (…) é o amor do seu filho, é ficar ofegante porque a vista valeu a subida, é querer ajudar seu pai por perceber que agachar agora é difícil para ele, é ouvir a agitação constante de um rio, é perdoar sua amiga que estava brava com você, é o cheiro de uma grande tigela de sopa, é sentir o divino na tua garganta, é uma idéia que faz cócegas em sua alma, é um vento frio que queima seu rosto, é reconhecer estar errado.”

Como será que seria a vida em 2037?

No Menos30Fest aconteceu uma experiência que muito me tocou: como será que seria a vida em 2037. Nela havia um mural com empregos do futuro: Terapeuta de Relacionamentos Sinestésicos, aquele responsável por harmonizar casais a longa distância; Mediador de Conflitos sobre Direitos de Trabalho Humanos, responsável por minimizar conflitos de humanos demitidos devido à automação massiva; Curador de Memórias Pessoais, que organiza memórias gravadas em playlists de acordo com a personalidade dos usuários; Designer de Personalidade do algoritmo do Computador Quântico; Designer de Experiência Culinária Holográfica; Advogado de Leis Especiais. A experiência da agência RITO e da Voicers me assegurou ainda mais de uma certeza: é preciso a lente humana sobre a tecnologia.

É entender que criar novas tecnologias é tão instintivo quanto amar, quando imaginar, quanto desejar, quanto ter aspirações. Sem se perder da arte, da história, da religião, que nutrem nossa alma. Isso é high tech, high touch.

Qual o impulso de realizar nossa imaginação? Tecnologia é simplesmente a forma de estendermos os nossos pensamentos, tornar mente em matéria. Será que estamos caminhando para entrar fisicamente nos nossos pensamentos?

Essa é a reflexão do muso Jason Silva.

Para saber mais sobre esses e outros assuntos acesse Chicken or Past

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