Realidade Interconectada, uma Vida entre Dados

Realidade Interconectada, uma Vida entre Dados
Caderno Globo Entre Dados — Foto: Bruno Moreira

Caderno Globo: Entre Dados, foi lançado no dia 28, no auditório da OCA, no Parque do Ibirapuera, em São Paulo.

Caderno Globo sobre realidade interconectada é lançado em São Paulo

Nunca geramos tantos dados e informações sobre nós mesmos em rede e essa realidade interconectada é o tema do Caderno Globo: Entre Dados. O encontro contou com palestras de Pedro Vilanova, um dos idealizadores da Operação Serenata de Amor; Bruna Santos, consultora e pesquisadora na Coding Rights; Alexandre Grynberg, diretor de Soluções Integradas da área de Projetos Digitais do Grupo Globo e Ana Carolina da Hora, do Olabi. O debate, mediado pelo jornalista Rafael Coimbra, reuniu Luciana Bazanella, da White Rabbit, João Paulo Cunha, do Instituto de Pesquisa Locomotiva, Eugênio Bucci, professor e colunista o jornal O Estado de S. Paulo e Ligia Zotini, fundadora do Voicers.

Pedro Vilanova explicou como funciona a Operação Serenata de Amor. Ferramenta que analisa de forma otimizada os dados da Lei de Acesso à Informação (LAI).

Pedro Vilanova — Foto: Bruno Moreira

Pedro Vilanova — Foto: Bruno Moreira

– A tecnologia não vai mudar o mundo. Nós pensamos “o que podemos fazer com tecnologia e dados pra mudar a relação das pessoas com a democracia?” Precisávamos começar de algum lugar e então escolhemos a cota para atividade parlamentar, que é uma das maiores bases de dados abertos que a gente tem. Usando inteligência artificial conseguimos deixar o trabalho mais fácil e dar uma escala que até então não existia. Tipo descobrir um deputado que tinha feito 13 almoços no mesmo dia. – contou Pedro, para gargalhada geral da plateia. – Tem coisas que não cabe mais a gente fazer de forma manual. O que a tecnologia pode fazer a esse favor? Só tem um jeito disso acontecer. Ela tem que ser democrática e atingir o maior número possível de pessoas. As tecnologias duram cada vez menos. A gente é que dura cada vez mais. Tempo demais para gente não fazer absolutamente nada.

Na sequência, Bruna Santos falou sobre o que produzimos e os rastros de dados que deixamos na rede. Alexandre Grynberg mostrou a realidade do consumo de vídeo e o que os dados podem trazer para o benefício desses serviços. Fechando a manhã de palestras, Ana Carolina da Hora trouxe para roda o debate sobre a democratização desse conhecimento gerado a partir de dados.

Não ter Mulher Negras na Computação é um Choque 

– Meu primeiro choque na computação foi não ter visto mulheres negras. Eu não tenho professora negra. Foi um choque. Mas depois surgiu outro incômodo. O fato de que minha mãe e minha avó não entendem o que eu faço. Como aproximar a computação e fazer as pessoas entenderem que o robô não vai destruir o mundo se as pessoas certas estiverem no controle dele? – contou Ana Carolina, que passou então a tentar traduzir o mundo da robótica de forma simples em publicações no Instagram.

Ana Carolina da Hora — Foto: Bruno Moreira

Ana Carolina da Hora — Foto: Bruno Moreira

Fechando o encontro, Rafael Coimbra mediou um debate sobre a vida entre dados. Em pauta, questões como que os dados falam sobre a sociedade, como capturar as emoções por trás do que falamos e compartilhamos e o que fazer para que essa avalanche de dados seja boa para todo mundo.

– A gente tem que se apropriar da cultura de dados. Há 15 anos, alguém tinha que bater na sua porta e te pedir. Hoje, dados são alguma coisa que nós damos para alguém em troca de um serviço. O “free internet” vem de ser de graça e não de ser livre. Enquanto não pagarmos assinatura, nossos dados vão ser usados. Enquanto não mostrarmos para o mercado que estamos dispostos a um novo modelo de negócios, eles vão continuar usando o modelo antigo de pegar nossos dados. – afirmou Ligia Zotini. E Eugênio Bucci acrescentou: “As empresas mais valiosas do capitalismo se abastecem da riqueza dos dados fornecidos pelos usuários. Essa economia transformou o usuário que pensa estar se divertindo em mão de obra gratuita e mercadoria.”

Debate A Vida Entre Dados — Foto: Bruno Moreira

Debate A Vida Entre Dados — Foto: Bruno Moreira

‘Entre Dados’ tem versão digital e podcast em parceria com Rádio Globo

Além da versão digital, com conteúdo estendido, disponível em app.cadernosglobo.com.br, pela primeira vez, a publicação ganhou uma versão em podcast, de cinco episódios, desenvolvido em parceria com a Rádio Globo, com locução da atriz Bruna Linzmeyer.

Os Cadernos Globo são um projeto colaborativo e construído em rede, e contam com conselho editorial que acaba de ser reformulado. Dele agora fazem parte Djamila Ribeiro, Edna Palatnik, Fernanda Torres, Gabriela Moura, George Moura, Ilona Szabó, Jailson de Souza e Silva, Lázaro Ramos, Marcus Barão e Mônica Waldvogel. Esta edição conta, ainda, com a curadoria da jornalista Cora Rónai e do cientista de dados Ricardo Cappra, e edição de Graziella Beting, Cristina de Luca e Rubem Barros. A publicação traz em suas páginas uma série de artigos, entrevistas, debates e análises, sobre temas como fake news, big data, dataísmo, ciberativismo, cidades inteligentes, além de discutir para onde estamos caminhando. Nas páginas, ilustrações da artista Beatriz Meneses reproduzem uma ideia de futurismo retrô.

Fonte: Rede Globo

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Solange Luz

Ela é a construção de todos que conheceu e de tudo que viveu, especialista em sonhar acordada e falar consigo mesma. No Voicers é a CCC (Content, Creator & Curator), carinhosamente conhecida como Queen of Words.