Lugar de Fala x Pedestal que Cala

Lugar de Fala x Pedestal que Cala

por Mercê Souza

Precisamos falar cada vez mais sobre isso…

Quantas vezes você já chegou nos lugares que você frequenta e se questionou sobre a tal diversidade brasileira não estar presente em quantidades compatíveis a uma realidade de um povo plural?

Já te questionou porque intitulam minoria os quais são maioria e mesmo assim lideram o “ranking” de pobreza e descaso social?

Ou por quê a tal da minoria está só servindo, limpando ou exercendo papéis de subalternidade? Ou melhor, por quê ainda está sendo alimentado esse sistema opressor? Será que você de alguma forma contribui com isso?

Empurrar guela a baixo uma cultura europeia em uma nação que não se reconhece nessa cultura, impor a superioridade como fator determinante a cor da pele, já causou estrago em demasia.

Nosso país foi construído em cima de uma hegemonia forçada, onde pessoas pretas e indígenas foram exterminadas, ou com “sorte” vivas, mas esvaziadas, silenciadas e feitas de marionetes por mais tempo que a própria matemática seria capaz de calcular, até porque diante dos fatos o tempo passa ser apenas um adicional de dor. Mas bem por alto foram 388 anos de escravidão, em um país que tem em torno de 520 anos, ou seja, 132 anos de falsa” liberdade”, pois as margens não deixam mentir que as senzalas só mudaram de nome.

Diante desse silenciamento estratégico eterno, é fundamental entender que os privilégios do conforto de estar em um pedestal cala, cega, ensurdece quem está, silencia e até mata alguém q não está, nesse segundo.

Não importa a cor de sua pele, é seu lugar de fala sim, falar em nome daquele que foi e é excluído do rolê constantemente, e muitas vezes nem se dá conta, pois a base oca que o capitalismo patriarcal implantou feito um chip em cada corpo preto, não permite que esse veja o quão dominado está, por vezes nem tem tempo de sentir a própria dor, só liga o piloto automático e vai.

Principalmente você que é do rolé espiritual e despertou para entendimentos muito além da carne, tem como um dever humanitário puxar quem está no limbo.

Não é ajuda e nem caridade, é por um amor incondicional natural que nos é essencial quanto ser.

Entenda seu lugar, levante e fale por quem não está! 

Texto escrito publicado por Mercê Souza em @crioullamerce


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Leonardo Fernandes

No estilo Observar & Absorver, possui a mente sempre em construção. Um Jedi no design, inspira música & arte. No Voicers é nosso Produtor Multimídia & Creative.